Mesmo nas férias.
Fica aqui o meu apelo à vossa inteligência e sensibilidade.
É com prazer que te escrevo para te dizer que a minha música é para ti. Escrevo-a sem precisar de piano, sem precisar de mais nada. Como tu não precisas de nada para a ouvir. Está-nos na cabeça, está-nos no sangue. Não ligues a quem vier dizer que eu não sou um compositor importante. Sou importante para ti e tu sabes que eu não ponho notas a mais. Ponho as que são precisas para que ouças as entrelinhas. Há cores, há sabores, há cheiros, há viagens, há tempo. Aqui vai mais uma peça para ti. Tem tudo o que gostas (incluindo a parte de me insultares porque tens a mão pequenina e não consegues tocar o que escrevo. Perdoa-me. Mas sabes, às vezes entusiasmo-me...). Tem ar de sons, tem batidas falhadas, tem vento do ar que te esvazia o coração, tem dedos de corpo enigmático que sabe o que vem a seguir. Tem renda, sim, tem renda de bilros, como tu chamas. Tem força, tem textura, tem densidade, tem o estar e o ser, e o ter que ser. Tem braços que rebolam, tem mangas arregaçadas, tem lápis (e muita, muita borracha...), tem teimosia, tem luz nas sombras das fusas. Tem cabelo apanhado e tem saudades de Bach. Tem um olho torto do teu busto do Beethoven em cima do piano e... tem-te a ti na vossa solidão que é precisa. Nunca foste muito de a mostrar a muita gente.
Despeço-me com uns acordes de 7ª menor, para que pegues neles e os saibas resolver. Nunca soubeste bem como resolvia as coisas.
Sempre teu,
S. Rachmaninoff
Que (des)ilusão a minha.
Adorei a surpresa.
pelo sublime de algumas.Estrangulam.
Qual a minha cadência? Tenho-A na garganta.
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